sábado, 2 de abril de 2011

Guarani FC: Um século de Paixão em Verde e Branco

O Guarani Futebol Clube, único campeão brasileiro do interior do país, completa 100 anos de vida neste dia 2 de abril.

No ano do centenário, a equipe atualmente comandada pelo treinador e ex-jogador do próprio clube, Vilson Tadei, está envolvido na disputa do Campeonato Paulista da Série A2 e ainda vai disputar o Campeonato Brasileiro da Série B. A expectativa é que o acesso venha, pelo menos no estadual e, se possível, também no brasileiro para que o torcedor bugrino continue com mais entusiasmo levando a bandeira do verde e branco para todo campo que for, aliás como diz parte do hino oficial do clube.

Para o alto e avante

A história do alviverde, no entanto, é marcada também de muitas alegrias e conquistas, e tudo começou pra valer no início de 1950 quando o Guarani chegou à 1ª Divisão do futebol paulista e o grande apogeu viria aos 76 anos de vida da agremiação. A história nos remete ao ano de 1978, ano da redenção, quando dirigido por Carlos Alberto Silva, comandado em campo por Zé Carlos e Zenon e com os gols de Careca e Renato, o Bugre se tornou o primeiro campeão brasileiro do interior do Brasil.

A campanha naquele ano foi fantástica deixando pra trás equipes como Flamengo, Santos, Vasco da Gama, Cruzeiro e Internacional de Porto Alegre, só para citar alguns.
O título foi decidido em duas partidas contra o Palmeiras: o primeiro terminou com um empate em 1 a 1, em São Paulo, e com uma vitória campineira no jogo da volta, gol de Careca.

Como tudo começou

Segundo os historiadores, antigamente, o futebol em Campinas era praticado no pátio do Gymnasio do Estado (atual Culto à Ciência).

Aproximadamente 25 times campineiros foram formados por estudantes, operários, e ferroviários durante os anos 1902 a 1911 e em março de 1911, alguns adolescentes da classe baixa e média começaram a idealizar a fundação de mais um clube de futebol na cidade. Mas esse não haveria de ser apenas "mais um".

Os estudantes do Gymnasio, Pompeo de Vito, Vincenzo (Vicente) Matallo e seu primo Hernani Felippo Matallo, se reuniram e fizeram contato com parentes e amigos para a formação de uma nova agremiação.

Em 1º de abril de 1911 aconteceu a reunião da fundação, no qual compareceram doze jovens, sendo que dois eram italianos: Vicente Matallo (18 anos) e Antonio de Lucca (16). Outros eram filhos de imigrantes italianos: Pompeo de Vito (15 anos), seu irmão Romeo Antonio de Vito (16), Angelo Panattoni (16), José Trani (16), Luiz Bertoni (19), José Giardini (18), Miguel Grecco (17), Julio Palmieri (16) e Hernani Felippo Matallo (16). E Alfredo Seiffert Jaboby Junior (18) era o único de família oriunda da Alemanha.

Mais tarde ficou resolvido que a data oficial de fundação do clube seria dia 2 de abril de 1911.

O primeiro jogo oficial do Guarani aconteceu no dia 18 de junho de 1911 e aconteceu contra o Sport Club 15 de Novembro que acabou vencendo o alviverde pelo placar de 3 a 0. A primeira vitória alviverde aconteceu um mês depois, na segunda partida do clube que aconteceu no 16 de julho de 1911 e foi diante do Corinthians Foot-Ball Club, de Campinas. O placar foi 2 a 0 e o Guarani jogou com: Oliveira, Bertoni e Gonçalo; Marotta, Nick e Panattoni; Miguel, Trani, Fritz, Romeo e Grecco.

Nas décadas que se seguiram o Guarani sempre esteve representado em competições oficiais conseguindo conquistar alguns títulos importantes sempre em meio a conflitos com as ligas amadoras.

Em 1947, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Roberto Gomes Pedrosa, promoveu uma grande reviravolta no futebol paulista, implantando o profissionalismo no interior. O Guarani foi um dos primeiros clubes a aderir à iniciativa. Disputou o Campeonato Profissional do Interior de 1947 e a 2ª Divisão de Profissionais de 1948, conquistada pelo XV de Novembro de Piracicaba.

Na segunda participação, o Bugre se tornou Campeão da 2ª Divisão de 1949, voltando ao grupo de elite do futebol paulista.

O primeiro estádio

Os historiadores narram que o Guarani utilizou por mais de dois anos o Ground da Villa Industrial. Em 1913 alugou um campo de futebol situado no bairro Guanabara, popularmente conhecido como Ground do Guanabara e que pertencia ao S.C. Commercial.

Pouco tempo depois, o Commercial encerrou suas atividades e o Guarani obteve uma permissão de uso gratuito junto à proprietária do terreno.

O Brinco de Ouro

Com a chegada do profissionalismo ao interior, em 1947, o Guarani passou a ter um sério problema. O Estádio da Rua Barão Geraldo de Rezende já não comportava o Clube, e a Federação Paulista de Futebol prometia criar a "Divisão de Acesso", dando aos principais clubes do interior a chance de integrar a elite do futebol paulista.

O terreno do bairro Guanabara foi trocado por uma área de 50.400 m2 na chamada Baixada do Proença, pagando ainda ao Clube, em parcelas, 2 milhões de cruzeiros e enquanto a equipe de futebol disputava a Divisão de Acesso de 1948, a Comissão Pró-Estádio, e o arquiteto Ícaro de Castro Melo desenvolviam seus estudos. O clube conseguiu junto à Imobiliária Paraíso a doação de uma área de 19.405 m2, e surgiu o projeto da construção de um estádio que teria capacidade para 29.000 pessoas e seria construído em etapas.

O jornalista João Caetano Monteiro Filho aguardava na redação do jornal Correio Popular, uma foto da maquete do novo estádio do Guarani, em 12 de julho de 1948, apresentada por Ícaro de Castro Melo e Oswaldo Correa Gonçalves. O espaço reservado não era grande e a manchete teria de ser objetiva. Ao receber a foto, com a forma bem circular do belo estádio, ele pensou em um brinco. Como a cidade de Campinas era conhecida como "A Princesa D'Oeste", a chamada do dia seguinte era : BRINCO DE OURO PARA A "PRINCESA".

Daí o estádio passou a ser chamado de “Estádio Brinco de Ouro da Princesa”, nome oficial até hoje.

Em 1953 decidiram inaugurá-lo mesmo sem as cabeceiras, improvisando-se ali arquibancadas feitas de madeira. Na tarde de 31 de maio de 1953 adentravam ao gramado do "Brinco de Ouro" as equipes do Guarani e da S.E. Palmeiras, especialmente convidada para a inauguração. Num dia de muita chuva, o Guarani venceu por 3 a 1, cabendo a Nilo, meia-direita do Bugre, a marcação do primeiro gol, aos 44 minutos, cobrando falta no atual gol de entrada.Dido e Augusto fizeram os outros gols no 2º tempo.

Parte da cerimônia de inauguração acabou sendo adiada devido à chuva, e para a segunda partida festiva o Guarani perdeu por de 1 a 0 para o Fluminense F.C. (Rio de Janeiro), realizada em 04 de junho de 1953.

O projeto original do estádio foi alterado com o passar dos anos, sendo possível ainda à construção de um segundo anel em toda a sua extensão. Seu recorde de público chegou a 52.002 pagantes no jogo Guarani contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro de 1982, mas sua capacidade, pelas novas normas de dimensionamento, está hoje oficialmente reduzida para 40.086 pessoas.

Atualmente a área total do clube, anexa ao Estádio, é de quase 130.000 m2, onde os associados praticam dezenas de modalidades esportivas e desfrutam de um parque aquático invejável, praticamente no coração de Campinas.

O patrimônio do Guarani está à venda para que, com o dinheiro arrecadado, o clube possa saldar dívidas trabalhistas e com fornecedores. A diretoria eleita para o triênio 2011-2014 pretende concluir a venda do estádio emendando com um projeto de construção de uma nova arena no padrão da Fifa.

Curiosidade: você sabe como o índio virou mascote do Guarani?

O Indio ou Bugre, mascote do Guarani, surgiu como homenagem ao filho da terra, o compositor Carlos Gomes, autor da ópera “O Guarany”, um enorme sucesso em 1911, ano da fundação do clube de Campinas.

A figura do indiozinho nada mais é do que uma representação dos homens que formavam a tribo dos Guaranis conhecidos por sua grande coragem e espírito de luta, características que o clube carrega ao longo de sua existência.

www.guaranifc.com.br
EPTV.com

2 comentários:

  1. o santos e capital de que estado ????????????
    ou e municipio de sao paulo igual campinas por favor me corrija

    ResponderExcluir

Obrigado!Volte Sempre