quarta-feira, 16 de março de 2011

Jogador afirma ter sido agredido e obrigado a rescindir contrato

O atacante montenegrino Nikola Nikezic acusa o Kuban Krasnodar, seu último clube, de agredi-lo para forçar a rescisão do contrato. Segundo o jogador, no último dia 7 ele foi espancado por duas pessoas ligadas ao time, que também o ameaçaram com armas. Nikezic foi contratado no início de 2010 e seu vínculo com a equipe russa ia até o final do ano.
Nesta terça-feira, a associação de jogadores e treinadores da Rússia publicou em seu site uma carta de Nikezic para o presidente da Fifa, Joseph Blatter, denunciado as agressões, junto com um vídeo, onde ele mostra os hematomas.
"Em 15 de março de 2010 assinei contrato de dois anos com o time Kuban. No primeiro ano, ajudei o clube a chegar na Premier Liga, marcando quatro gols e dando três assistências. No entanto, na pré-temporada de inverno, não fui aproveitado pelo time principal, e declararam que meus serviços não eram mais necessários. Pediram para eu terminar o contrato, mas recusei. Estava pronto para isso, se a diretoria achasse um novo clube", explica Nikezic, que ajudou o Kuban a vencer a segunda divisão russa em 2010.
Em 7 de março deste ano, ele foi mais uma vez ao clube, chamado para discutir o acordo. Na recepção, conversou com Nicholas Khlystunov, da comissão técnica, que o levou para uma sala. Lá, segundo Nikezic, mais uma vez lhe foi oferecida a rescisão, a qual ele negou e informou que só conversaria sobre isso na presença de seu agente. Neste momento, dois homens armados entraram na sala e passaram a fazer ameaças. Um jogou o documento em seu rosto e, na sequência, lhe deu um soco, exigindo que ele assinasse o papel.
"Isso durou uns 20 minutos, então eu, exausto e com medo de morrer, decidi assinar os documentos desconhecidos para mim. E no final, um deles me disse para não fazer nenhuma besteira, porque muitos russos moram em Montenegro e eles podiam me achar ou localizar meus familiares", completou.
O Kuban, em coletiva de imprensa algumas horas após a divulgação do escândalo, acusou a união dos jogadores e treinadores russos, através de seu secretário Geral, Nikolay Grammatikov, de pedir dinheiro em troca do encerramento do assunto. "Vamos terminar com isso. Essas situações não acontecem no Kuban. Mas hoje mais cedo recebemos uma ligação do senhor Grammatikov, um dos líderes da união de jogadores e treinadores, com uma proposta para encerrar a história com Nikezic por uma certa quantia", garantiu Sergei Doronchenko, diretor do clube. "Todos sabemos que o senhor Grammatikov recebe dinheiro nas transações de jogadores", acusou.
A equipe estreou no Campeonato Russo no domingo, com uma derrota por 2 a 0 para o Zenit São Petersburgo. O presidente do Kuban é Alexander Tkachyov, também governador de Krasnodar Krai, região da equipe, e forte aliado do primeiro-ministro Vladimir Putin.
A Uefa informou que ainda não recebeu a carta do jogador montenegrino. Já a FIFPro, associação mundial de jogadores, se disse "chocada" com as ameaças. "Esse comportamento do clube é totalmente inaceitável. Esses incidentes nada têm a ver com esportes", informou a entidade.
Após a divulgação do caso, outro ex-jogador do Kuban afirmou ter sido forçado a rescindir o contrato. O zagueiro Sreten Sretenovic, atualmente no Olimpija Ljubljana, da Eslovênia, atuou no clube entre 2009 e 2010 e afirmou que explicará mais sobre o ocorrido com ele em breve.
Trivela

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado!Volte Sempre