O Gabão era sinônimo de tragédia esportiva para Zâmbia. Desde este domingo, é também de alegria. Em Libreville, os zambianos venceram a Costa do Marfim por 8 a 7 nos pênaltis (0 a 0 no tempo normal) e conquistaram pela primeira vez a Copa Africana. Justamente no país em que 18 jogadores de sua melhor geração haviam morrido em um acidente aéreo em 1993.
A partida foi equilibrada, com cada time dominando uma fase do encontro. Zâmbia foi melhor no primeiro tempo, e criou chance desde o começo. Aos 2 minutos, Sinkala teve grande oportunidade, defendida por Barry. Depois disso, os Balas de Prata não conseguiam desenvolver as jogadas até a finalização. Desse modo, os lances mais perigosos foram em bolas paradas.
Após o intervalo, a Costa do Marfim cresceu. Os zambianos pareciam cansados e não conseguiam acompanhar o ritmo do adversário. Foi nesse momento que surgiu o lance mais importante da partida.
Aos 24 minutos, Gervinho invadiu a área zambiana e foi derrubado por Chansa. Drogba cobrou mal. O atacante do Chelsea exagerou na força, e a bola passou por cima do gol de Mweene.
Os marfinenses continuaram mais fortes, mas continuaram perdendo boas chances de gol. A principal foi com Gradel aos 43 minutos. Ele recebeu a bola na área, cortou o marcador e chutou cruzado, a poucos centímetros da trave esquerda do gol de Zâmbia.
Na prorrogação, o desgaste dos dois times falou alto. A partida ficou equilibrada, com duas equipes mostrando muita vontade e pouca capacidade de articular jogadas com mais cuidado.
A principal oportunidade de gol no tempo extra foi de Zâmbia. Logo aos 5 minutos, Felix Katongo fez boa jogada pela direita e tocou para Christopher Katongo, que chutou fraco, no contrapé de Barry. A bola tocou o pé da trave esquerda do goleiro marfinense.
Nos pênaltis, Tioté, Bony, Bamba, Gradel, Drogba, Tiéné e Ya Konan converteram as primeiras sete cobranças marfinenses. Christopher Katongo, Mayuka, Chansa, Felix Katongo, Mweene, Sinkala e Chisamba fizeram o mesmo por Zâmbia. Até que Kolo Touré chutou no canto esquerdo de Mweene, que acertou o lado e espalmou a bola. Em seguida, na cobrança que daria o título a Zâmbia, Kalaba chutou por cima do gol.
As Balas de Prata não precisaram se lamentar por tanto tempo. Em seguida, Gervinho também chutou por cima, deixando os zambianos a um gol do título. Sunzu não repetiu Kalaba: converteu a cobrança e deu a seu país o primeiro título da Copa Africana de Nações.
Durante a comemoração pelo título, os jogadores e torcedores zambianos homenagearam a seleção de 1993. A torcida gabonesa, que não escondeu sua preferência por Zâmbia, fez coro nas celebrações.
Ficha técnica:
Zâmbia: Kennedy Mweene, Joseph Musonda (Nyambe Mulenga 12, Felix Katongo 74), Stoppila Sunzu, Himoonde Hichani, Davies Nkausu, Nathan Sinkala, Chisamba Lungu, Isaac Chansa, Christopher Katongo (capt), Rainford Kalaba, Emmanuel Mayuka
Técnico: Herve Renard (FRA)
Costa do Marfim: Boubacar Barry, Siaka Tiene, Kolo Toure, Souleymane Bamba, Jean-Jacques Gosso, Cheik Tiote, Didier Zokora (Didier Ya Konan 75), Yaya Toure (87 Wilfried Bony), Salomon Kalou (Max Gradel 63), Didier Drogba (capt), Gervinho
Técnico: Francois Zahoui
Cartões amarelos: Tiote 63, Bamba 66, Mulenga 69
Árbitro: Badara Diatta (SEN)
Trivela
Associação de Futebol da Zâmbia / http://www.fazfootball.com/